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TÉCNICA LINEAR / CONVENCIONAL (Perry O’Brien)

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Mensagem  titusonline Dom Fev 03, 2008 4:31 pm

Nela, na posição inicial, o atleta está de pé, virado para trás, em relação ao sentido do lançamento. Será tido como exemplo, o lançamento tendo como braço de impulsão, o braço direito.
Para que se possa compreender melhor, dividiremos a técnica em fases de acordo com os diversos movimentos realizados na execução do arremesso. Desta forma, segundo Schmolinsky (1982), temos:
a) Pega do peso;
b) Posição inicial;
c) Deslocamento / Deslizamento;
d) Posição final ou de lançamento;
e) Lançamento propriamente dito;
f) Conclusão / Reversão;


a) Pega do peso:
- O atleta pega o peso de modo que o mesmo fique repousado sobre a base (calo) dos dedos. O dedo mínimo e o polegar servem de apoio lateral, enquanto que os outros três dedos da mão ficam ligeiramente afastados. O peso não deve ser seguro com contracção da mão, também não pode rolar na sua palma (fig. 6).









Fig. 6: fonte Schmolinsky, 1982.

Desta forma, o peso é levado na cavidade do pescoço, abaixo do maxilar inferior. A palma da mão, está sob o implemento, flexionada no punho, com o cotovelo ligeiramente levantado e puxado para adiante. O braço aponta para a frente e para baixo, enquanto que a cabeça é mantida na sua posição normal.
Com o cotovelo e antebraço exactamente abaixo do peso, esta posição mantém-se desde a inclinação do atleta para a frente, até o final do deslizamento (Schmolinsky, 1982)

b) Posição inicial:
Segundo Schmolinsky (1982), “O lançador está em pé no limite posterior do círculo de lançamento, com as costas viradas para a antepara frontal”. Posiciona-se de pé, com afastamento ântero-posterior das pernas na parte posterior do círculo e de costas para o sector de lançamento.
O peso do corpo recai sobre a perna direita, enquanto que a esquerda fica ligeiramente afastada atrás, apoiada na ponta dos dedos. (fig 7). O peso encontra-se na posição referida anteriormente







Fig 7: Fonte, Schmolinsky, 1982.
c) Deslocamento / Deslizamento
“Com este movimento, o atleta move-se no interior do circulo de lançamento, da parte traseira para a da frente, dando ao peso o primeiro impulso no sentido em que vai ser lançado” (Schmolinsky, 1982). O corpo do atleta, na posição inicial, tem um certo grau de inércia que para ser quebrado, requer movimentos preliminares, antes de iniciar o deslocamento propriamente dito.
Assim, o atleta flecte o tronco para a frente e, compensando esta flexão, coloca a perna esquerda para trás e para cima. Quando o tronco e a perna esquerda estiverem quase paralelos ao solo, a perna direita é flectida e a outra é trazida para junto dela. A inclinação do tronco aumenta e o quadril é levado para trás provocando um desequilíbrio. (Fig 8 de 1 a 4)





















Fig 8: fonte Schmolinsky, 1982.
Após esta sequência, inicia-se o deslocamento/deslizamento. A perna esquerda é lançada energicamente para trás e para baixo, ao mesmo tempo que a perna direita sofre um deslocamento para trás, no sentido do arremesso. O pé direito vai assentar-se no centro do círculo, com a sua polpa planar com a ponta voltada para a esquerda.
Desta forma, o pé esquerdo lançado para trás e para baixo, assenta-se a seguir próximo ao anteparo, também com a sua ponta voltada para a esquerda. O peso deve ser mantido sobre a parte posterior do círculo de lançamento o maior tempo possível.
Segundo o mesmo autor (op.cit), “ (…) os especialistas tendem a rodar a perna direita sobre o calcanhar. O balanço da perna esquerda é executado na horizontal e para diante”.
O pé não deve subir acima do eixo da anca durante o deslizamento. Assim, o corpo do atleta desloca-se no interior do círculo a um nível baixo, de modo que seja um arrastamento e não uma elevação não vertical, ou salto.
Nesta fase, a acção de ambos os membros inferiores termina em simultâneo. “Enquanto a perna esquerda inicia a descida, o pé direito arrasta-se, em pleno assentamento, pelo chão, sob o corpo do atleta, ao longo do diâmetro principal do circulo, com a ponta dos dedos para dentro, formando um ângulo de cerca de 120º com a linha de lançamento” (Schmolinsky, op.cit).
De seguida, o membro inferior esquerdo desce, com um movimento bem definido pela articulação da anca, para contactar o solo com o bordo interior aproximado d antepara da frente do círculo. “O atleta deve procurar concluir quase ao mesmo tempo os movimentos de ambas as pernas” (Schmolinsky, 1982) (fig 8, 5 a 9)
O deslizamento e o assentamento dos pés, têm uma grande importância na qualidade do lançamento. O atleta deve manter os braços e os ombros numa posição fixa e não deixar que o tronco se eleve em demasia, durante o deslizamento. A aceleração só se deve iniciar através de acção das pernas e não por movimentos “sacudidos” do tronco e dos braços.




d) Posição final ou de lançamento:
“A correcção da posição de lançamento é de importância primacial para o êxito do lançamento. Esta posição é alcançada imediatamente a seguir ao deslizamento, com os dois pés já no chão” (Schmolinsky, 1982) (fig 8, 9)
Nesta fase, o peso do corpo do atleta fica sobre a perna direita que se encontra flectida, no centro do círculo de lançamento. O pé esquerdo também já entrou em contacto com o solo, no bordo interior junto à antepara, e o seu ponto de contacto está a poucos centímetros para a esquerda da linha de lançamento, “os dois pés do atleta ficam assim alinhados por ela” (Schmolinsky, op.cit.)
O mesmo autor refere ainda que “ (…) no decurso do deslizamento, o tronco ergue-se um pouco, com as costas ainda viradas no sentido do lançamento. A posição do tronco em relação aos membros inferiores é correcta quando as costas, a nádega esquerda e o membro inferior esquerdo ficam em linha recta” (fig 8, 9). Deste modo, o abaixamento do corpo para a largada não é casual, depende do grau de flexão do joelho direito. Nesta posição, o lado direito do corpo deve permanecer “aberto” e a anca direita deve estar um pouco avançada em relação ao ombro.


e) Lançamento propriamente dito:
“Na acção de largar o engenho no sentido do lançamento, o atleta transmite-lhe força por meio da rápida extensão das pernas, da elevação e rotação do tronco e da condução do braço. (…) é nesta fase que se verifica o máximo de aceleração do engenho. A velocidade com que ele parte da mão do atleta é determinada por essa aceleração. O ângulo e a altura de largada são determinados pelo movimento de condução efectuado pelo braço do atleta” (Schomilnsky, 1982)
A acção de lançamento, conduzido pela perna direita, inicia-se com uma extensão clara de ambas as pernas e uma rotação e elevação do tronco. É aí que se verifica a maior velocidade do peso. Nos movimentos que se sucedem é importante o emprego sucessivo da perna direita, do lado direito do quadril e do tronco. O lado esquerdo do corpo é fixado nas articulações, constituindo o eixo de rotação do lado direito do corpo.
Ao começar a extensão da perna e ao erguer-se o tronco, o peso encontra-se ainda encostado no pescoço do atleta. O movimento de extensão do corpo é ajustado pelo braço esquerdo que gira para a esquerda e para trás, até que os eixos dos ombros e da bacia fiquem paralelos, desfazendo assim a torção. Aí tem início a extensão do braço direito.
Durante a elevação e rotação, o ombro esquerdo está mais elevado. O peso do corpo passa a perna esquerda, que tem ainda a função de deter o avanço da pélvis, acentuando a elevação e a rotação do tronco.
Desta forma o peso é impelido com uma extensão total e simultânea das pernas, tronco e braço direito. O ombro direito eleva-se acima do esquerdo e assim o peso perde o contacto com o lançador através pontas dos dedos cuja mão acompanha o movimento até ao final do lançamento. “Devido à explosiva extensão das pernas e do tronco, não é de estranhar que, nos últimos instantes, o atleta se eleve em pontas de pés ou abandone mesmo o solo por uma fracção de segundo” (Schmolinsky, 1982) (Figura 8, de 10 a 16)

f) Conclusão / Reversão
“A acção desenvolvida pelo atleta nesta fase serve para evitar que ele saia do círculo de lançamento a seguir à largada do engenho”. (Schmolinsky, 1982)
Esta acção final coloca o lançador de frente para a direcção do lançamento, animado de grande velocidade, em consequência das acções anteriores. Isto ocasiona um desequilíbrio para a frente, com o adiantamento do centro de gravidade. Para que o arremesso não seja anulado, devido à falta que o atleta pode cometer, torna-se necessário retomar o equilíbrio.
Nesta volta ao equilíbrio, há necessidade de uma acção especial que se denomina de “reversão”. Esta acção consiste numa troca das posições dos membros inferiores, o membro esquerdo é puxado para trás, enquanto o pé direito se assenta no solo, próximo da antepara. A perna direita flexiona-se absorvendo o impacto do peso do corpo e o abaixamento do centro de gravidade. O tronco exerce uma rotação para a esquerda e o braço direito é conduzido contra o corpo. Esta reversão deve ser muito rápida, mas nitidamente separada do movimento de impulsão para o lançamento. (Figura 8, 17)

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