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Os Gestos Técnicos no Ataque 2

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Mensagem  titusonline Dom Fev 03, 2008 5:32 pm

A posição de Base Ofensiva
“ Corresponde à colocação fundamental dos distintos segmentos corporais para uma maior eficácia nas intervenções posteriores.” (ANTÓN, 1993) e é a “gestoforma apropriada que os jogadores devem adoptar em campo para as intervenções futuras.” (FALKOWSKI e ENRIQUEZ, 1982)


2.1. Princípios Fundamentais
“Deve adoptar-se uma posição equilibrada e natural que facilita a intervenção nas acções posteriores, de forma continuada, à velocidade conveniente e no momento oportuno;
A posição básica necessita de uma tensão mínima regulada que favoreça a velocidade de contracção dos músculos;
A atenção deve manter-se de forma continuada predispondo assim o jogador para a reacção posterior;
A aquisição de uma técnica básica (gestoforma), oferece melhores possibilidades no que respeita à velocidade de reacção e à velocidade contráctil do musculo, facilitando a entrada em acção do jogador no momento em que as circunstancias o requeiram.” (BÁRCENAS e ROMÁN, 1991)




2.2. Descrição do gesto
Segundo BÁRCENAS e ROMÁN (1991)
Posição Fundamental
Cabeça: erguida, com naturalidade;
Tronco: ligeiramente inclinado para a frente;
Pernas
- Estáticas: ligeiramente flectidas, separadas comodamente e em posição assimétrica. “Como conceito fundamental, a perna mais adiantada deve ser a contrária ao braço executor que controla a bola.” (BÁRCENAS e ROMÁN, 1991)
- Dinâmicas: em suspensão alternativa (posição simétrica), e posição de zig-zag.
Braços: semi-flectidos, com o bordo radial orientado para cima e ligeiramente afastados do tronco;
Mãos: em atitude de recepção da bola.

2.3. Considerações Técnicas
Segundo MEDINA e ORTÍN (2002)
A posição de base deve representar o ponto de partida da formação técnico-táctica do jogador de campo;
Não se trata de um gesto ilustrativo, mas é transcendental a sua adopção antes e depois das suas intervenções no jogo;
A consciencialização da sua necessidade será um requisito imprescindível para chegar a adoptar o gesto com naturalidade.

2.4. Objectivos Básicos
Segundo MEDINA e ORTÍN (2002)
Conservar a posse de bola;
Progredir em direcção à baliza contrária;
Marcar golo;



2.5. Erros mais comuns
Segundo MEDINA e ORTÍN (2002)
Braços pouco flectidos;
Pernas pouco flectidas e excessivamente juntas ou separadas;
Falta de tensão generalizada;
Desequilíbrio corporal na distribuição do peso do corpo;
Excesso de rigidez.








Fonte: MEDINA e ORTÍN (2002)
3. O Passe
Segundo FALKOWISKI e ENRÍQUEZ (1982) o passe consiste em lançar a bola de um jogador para outro, estático ou em movimento. GONZÁLEZ e SECO (1991) acrescentam ainda “ (…) que se trata de lançar a bola com segurança a outro jogador estático ou em movimento”. Citando MARTINI (1980) “ o lançamento da bola abrange uma quantidade de processos técnicos, com a ajuda dos quais a bola é passada de um jogador para o outro. Isto pode realizar-se com uma mão ou com as duas”.
Segundo ROMÃO (2005), para se efectuar um bom passe é fundamental “armar o braço”. Por “armar o braço” entende-se “aquela posição que se adopta com o braço executor antes de realizar um passe ou lançamento, como fase inicial e preparatória da acção.” (ANTÓN, 1993)





3.1. “Armar o Braço”








Fonte: ROMÃO, 2005
Fig. 3: “Armar do braço”

Componentes Críticas:
Colocar o cotovelo um pouco acima do ombro;
Colocar o antebraço e o braço a formarem um ângulo de 100º/110º;
Colocar a bola acima da cabeça;
Rodar o tronco do lado do braço executor. (ROMÃO, 2005)

3.2. Princípios Fundamentais
Segundo GONZALÉZ e SECO (1991):
Não se deve fixar/olhar para o possível receptor. A atenção do jogador que pretende realizar o passe deve estar repartida pelo maior número possível de jogadores para dificultar a tarefa dos opositores mas também para uma melhor percepção de toda a acção do jogo;
O passe deve realizar-se com uma tensão apropriada. A força do passe deve ser regulada em função da distância até ao receptor, ou seja, deve ter-se em atenção que passe “tensos” e mais rápidos são mais difíceis de interceptar do que “bolas pelo ar” que beneficiam o defensor;
Deve ter-se em conta a precisão do passe. O receptor deve receber a bola nas melhores condições possíveis para que a sua próxima acção seja continuada e sem interrupções. Citando GONZALÉZ e SECO (1991), “um passe mal dirigido supõe modificações das posições adoptadas anteriormente e, alterações posturais que prejudicam o atacante.”
O jogador deve dominar o maior numero de passes possíveis (tipos), “ (…) como resposta técnica imediata frente à táctica individual necessária no momento de jogo.” (GONZALÉZ e SECO, 1991)

3.3. Passe de Ombro
“ Por este processo são executados quase todos os lançamentos laterais, cantos, reposições de bola em jogo e livres. È a base dos lançamentos no Andebol.” (MARTINI, 1980)
Segundo ROMÃO (2005), este é o tipo de passe que o jogador deve utilizar quando o receptor está próximo, sem adversários na linha de passe ou em distâncias maiores como no contra-ataque por exemplo.

Fig. 4: Passe de Ombro
Fonte: ROMÃO, 2005
Componentes Críticas:
Colocar a perna contrária ao braço executor ligeiramente adiantada;
Posicionar o braço e o antebraço de forma a formarem um ângulo de 100º/110º;
Colocar o cotovelo 1 pouco acima do ombro;
Colocar a bola acima da cabeça;
Lançar a bola para a frente;
Rodar o tronco para o lado do braço executor;
Durante o lançamento, passar o peso do corpo da perna de trás para a da frente;
Rodar o tronco. (ROMÃO, 2005)
Este tipo de passe, segundo MARTINI (1980), pode ainda realizar-se após um passe de balanço, após um passo cruzado ou com um passo atrás.


3.4. Passe de Pulso
“O passe de pulso é útil para um passe ou combinação em distâncias muito curtas. Aqui a bola é jogada sem indicação por meio de um movimento do pulso na direcção do corpo ou na direcção contrária.” (MARTINI, 1980)
Segundo ROMÃO (2005), este tipo de passe permite ao jogador movimentar a bola a velocidades mais elevadas, mas sempre a distâncias curtas.


Fig.5: Passe de pulso
Fonte: ROMÃO, 2005

Componentes Críticas:

Agarrar a bola com a mão que realiza o lançamento, colocar o polegar voltado para cima;
Flectir a mão no pulso para o antebraço;
Fazer a rotação interna de todo o braço;
Colocar a palma da mão virada para trás e para fora de modo a ficar completamente por detrás da bola, facilitado assim a aceleração e altura no momento do lançamento da bola. (ROMÃO, 2005)

3.5. O Passe Picado
“O passe picado segue-se, na maioria das vezes, a uma finta de remate à baliza ou de passe, mas também pode ser utilizado sem estas fintas.” (MARTINI, 1980)
Segundo ROMÃO (2005), o jogador deve utilizar este tipo de passe sempre que se encontrar um adversário antes do receptor da bola. Segundo MARTINI (1980) consiste na realização de um lançamento da bola entre um passador e um receptor, fazendo-a reflectir no solo, com maior ou menor ângulo de incidência/reflexão, dificultando a tarefa do adversário em realizar a intercepção.


Fig. 6: Passe Picado
Fonte: ROMÃO, 2005
Componentes Críticas:
Bater a bola no solo;
Executar o movimento só através do antebraço e do pulso;
Bater a bola no solo, junto aos pés do adversário, ao seu lado direito, esquerdo ou mesmo entre as pernas. (ROMÃO, 2005)

3.6. Outro tipo de passes menos frequente
3.6.1. O Passe por baixo da perna de apoio
Segundo MARTINI (1980), o passe com o pulso por baixo da perna de apoio é útil para um passe ou combinação de surpresa e é utilizado em situações semelhantes ao passe de pulso, depois de uma finta de remate à baliza ou passe. Depois do ataque à baliza e da finta de remate por baixo, em que o passo de apoio é um passo de queda correcto, a bola é lavada ao local de lançamento um pouco para a frente, para depois ser passada com o pulso por baixo da perna de apoio para o pivot, que está livre. A altura e a aceleração são determinadas por meio do antebraço e do pulso. (MARTINI, 1980)

3.6.2. O Passe em volta do pescoço
“O passe em volta do corpo é útil para a libertação inesperada do pivot.” (MARTINI, 1980)
Segundo MARTINI (1980), temos como exemplo o pivot à direita do lateral direito livre junto da área. Assim, este pode simular um passe de ombro para a esquerda, mas, em vez de soltar a bola, oscila o braço com a bola, de baixo para o lado esquerdo do corpo, e só larga a bola quando a mão do lançamento, que a segura, passa à volta do corpo, voando então sem que o adversário espere, para a direita em direcção ao pivot liberto.

3.6.3. O Passe com a mão por detrás das costas
Citando MARTINI (1980), “o passe com uma mão por detrás das costas é um processo de passe e de combinação com outro jogador eficaz e muitas vezes utilizado pelo meia-distância.”
Referindo MARTINI (1980), o meia-distância avança na direcção da baliza entre dois defesas e simula um remate por cima ou ao lado do defensor, obrigando assim os dois defensores a realizar o bloco passando então a bola, com um passe com uma mão por detrás das costas, ao pivot libertado.

3.6.4. O Passe por detrás da nuca
Citando MARTINI (1980), “ o passe por detrás da nuca também serva para um passe ou combinação eficazes e é utilizado pelo meia-distância como o passe com uma mão por detrás das costas” já referido.

4. A Recepção
A recepção, citando FALKOWSKI e ENRÍQUEZ (1982), é “ a acção específica e efeito de receber a bola, assim como a gesto-forma apropriada que se deve empregar.” Este é um gesto técnico individual muito importante num jogo de Andebol, visto que uma recepção mal executado pode colocar em causa toda a execução táctica colectiva e assim uma perda da posse de bola. (GONZÁLEZ e SECO, 1991)
Citando GONZÁLEZ e SECO (1991), “baseado no princípio da segurança, este aspecto técnico é decisivo para determinar a força do passe e a velocidade do jogadores nos seus deslocamentos antes de tomar contacto com a bola.” Assim, é importante e necessário que a velocidade do jogador se realize em função do grau de perfeição que os jogadores possuem no que diz respeito à recepção, se a recepção não é correcta pode originar uma perda de tempo suficiente para que não se consiga alcançar o objectivo. Deste modo a recepção, a par do passe devem ser gestos técnicos executados com a maior perfeição possível, e assim aumentar o ritmo e a precisão de jogo. (GONZÁLEZ e SECO, 1991)







Fonte: ROMÃO, 2005
Fig. 7: Recepção frontal, intermédia, a duas mãos.


4.1. Princípios Fundamentais
Segundo GONZÁLEZ e SECO (1991)
O jogador, seja qual for a posição adoptada, deve oferecer máximas garantias de posse de bola, assegurando a sua recepção e controlo posterior para efectuar acções posteriores;
Os possíveis receptores da bola, não devem olhar directamente, de forma continuada, para o jogador que tem a posse de bola mas sim tentar “iludir” o adversário. O jogador deve “ (…) adoptar uma atenção repartida.” (MEDINA e ORTÍN, 2002)
Sempre que o receptor esteja circundado por oponentes, este deve fazer a protecção da bola com o seu corpo colocando-se entre a bola e os adversários;
As mãos devem estar em “concha” com os dedos afastados. (fig.7)


4.2. A recepção a duas mãos
Segundo GONZÁLEZ e SECO (1991), a recepção a duas mãos segundo a direcção do passe e a orientação do receptor, pode ser:
Frontal;
Diagonal;
Lateral.
Segundo a altura da bola, seja qual for a trajectória pode ser:
Alta (acima da cabeça);
Intermédia (desde a cabeça até à zona do peito, aproximadamente);
Baixa (desde a altura em que a posição das mãos não é cómoda para realizar uma recepção intermédia, até ao solo).

4.2.1. Recepção frontal alta
Segundo GONZÁLEZ e SECO (1991)
Movimento dos braços: realizam uma primeira extensão à altura da cabeça, acompanhando o percurso da bola e continuam a elevar-se até alcançar praticamente a vertical;
Colocação das mãos: as mãos encontram-se na posição indicada para se adaptarem à bola, com os dedos orientados para cima;
Contacto com a bola: realiza-se aproximadamente a meio da trajectória compreendida entre a primeira elevação dos braços e a posição vertical. (fig.Cool






Fonte: GONZÁLEZ e SECO (1991)

Fig.8: recepção frontal, alta



4.2.2. Recepção Frontal Intermédia
Segundo González e Seco (1991)
Movimento dos braços: Realizar extensão até à bola, de um forma continuada o receptor deverá flectir os braços acompanhando o movimento da bola;
Colocação das mãos: as mãos devem adoptar uma posição adequada para receber a bola, em concha e com os dedos orientados para cima;
Contacto com a bola: o contacto com a bola deve realizar-se a sensivelmente metade da trajectória compreendida entre os movimentos de extensão-flexão dos braços, quando este se flectem acompanhando o movimento da bola. (fig 9)








Fonte: González e Seco (1991)
Fig 9: Recepção Frontal Intermédia

4.2.3. Recepção Frontal Baixa
Segundo González e Seco (1991)
Movimento dos braços: realizar uma extensão em direcção à bola. Flectir os braços de uma forma continuada acompanhando a trajectória da bola;
Colocação das mãos: as mãos devem estar posicionadas de uma forma a pegar na bola, em concha mas com os dedos virados para baixo;
Contacto com a bola: o contacto com a bola deve realizar-se a sensivelmente metade da trajectória compreendida entre os movimentos de extensão-flexão dos braços, quando estes acompanham a trajectória da bola. (fig 10)









Fonte: González e Seco (1991)

Fig 10: Recepção Frontal Baixa


Segundo o mesmo autor (op. cit.), “ (…) os gestos técnicos individuais indicados, são válidos tanto para situações estáticas (fig 11), como para situações em deslocamento (fig 12). As situações indicadas anteriormente para as recepções frontais são, igualmente aplicáveis para os casos de recepções diagonais e laterais, independentemente da altura a que se realizem. (González e Seco, 1991











Fonte: González e Seco (1991)

Fonte: González e Seco (1991)
Fig 12: recepção em deslocamento.

Segundo González e Seco (1991), se a bola se aproxima pelo lado esquerdo do receptor, este deve recebê-la com a mão direita e assegura a posse de bola a mão esquerda. (fig 13). No caso de se tratar de uma bola que se aproxime pelo lado direito do receptor, este realiza o movimento igual, mas do outro lado.

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